segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Escritório novo, vida nova

Já estou no novo escritório. Terei menos 3 horas por dia para mim, passadas no trânsito. Ainda assim vou encarar esta mudança pelo lado positivo. Senão vejamos:
- vou deixar de tratar das mudanças dos escritórios
- tenho uma mesa só para mim, maior do que a que tinha na Victoriei para dividir por 2 = espalhar tralha à vontadinha. Uhuh!!
- vou ter um telefone só para mim, e não precisarei de atender as chamadas da Irina quando o dela está em cima da minha mesa
- vou ler mais enquanto estiver no autocarro
- vou ouvir mais romeno do que o que ouvia até à data (uma estação de metro não é suficiente para perceber conversas) e talvez até arriscar meter-me na conversa.

Para além disso comprei um caderno. Sinto-me bastante mais orientada…

domingo, 27 de janeiro de 2008

Buca ao domingo

Finalmente consegui fazer render o meu Domingo em Bucareste. Gostei muito!
Acordei cedo (relativamente) e resolvi arrancar para a rua. Se os romenos não almoçam, posso também não almoçar.

Bisericas

A primeira que visitei foi a Patriarcal. Se para mim foi quase que só visitar, tenho de reconhecer que para os romenos ortodoxos é bem mais do que isso. Entram, velhos e novos, benzem-se (3 vezes de cada vez e num gesto diferente do que estou habituada a ver), beijocam todas as representações de santos lá existentes, alguns sentam-se a ler, outros, calculo a rezar. Gostei muito! (acho que ando a dizer esta frase demasiadas vezes). Acho que cada Bisérica é mais um espaço de recolhimento do que são as igrejas católicas para nós.




Depois desta, grandiosa, ainda visitei outra e visitaria mais se as demais que me apareceram no caminho não estivessem inchise.
A reter:
- frescos
- altares sumptuosos
- leitura (existem até mesinhas com candeeiros)
- beijinhos nos santos
- aspirador (sabia que aos domingos o "santo" não deixava fazer tarefas domésticas, só agora percebi porquê: há que as fazer nas bisericas)

Tramvai e um vai a pé

Segui-se um girinho num tramvai, sem pagar bilhete. Um tramvai qualquer, o que interessa é ver pessoas. Ver as casas antigas no meio dos prédios horriveis a cheirar a bairro social. Os tupperwares dos pobres que não têm frigorífico nas janelas (é, pelo menos, inteligente). O lixo nas ruas. Bucareste no seu melhor.

Depois, de volta à zona "chique" da cidade (e este chique carece mesmo das aspas), uma voltinha a pé pelo canal, até à opera. Também gostei...

Fotos

Ah, esperava-se fotos agora. Pois sim...nada disso. O que se seguiu foi uma bela exposição de fotos. Muitas do regime, muitas no pós regime, e como levava uma pseudo-tradutora das legendas das fotos, ainda consegui aprender alguma coisa sobre esta terra. Claro está...gostei muito! Gostaria ainda mais se a tivesse visto até ao final, mas compromissos são compromissos...


Carrefour (sim, eu traio a Auchan desde que cheguei a Bucareste)
Parece-me que também o romeno gosta do supermercado ao fim de semana. Eu, embora não tenha nenhuma predilecção, também tive de ir. Estava marcado para as 17h, e às 17h20 lá estava. À porta do Carrefour a preparar as 4 horas seguintes lá dentro...

Finalmente em casa, cozinha cheia de sacos, começa a saga de por as compras nos respectivos lugares. Respectivos é como quem diz, o congelador foi pequeno para tudo que se tem de congelar, o frigorifico é pequeno para as coisas que precisam de frio e para as coisas que precisam de gelo, e tenho umas costeletas de porco aos pés da cama (mentira, mas podia ter).

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Sapateira doce

Prometo que acabo aqui com as referências de carácter"mariscoso", mas esta tem mesmo de ser. Nada entendo de marisco, mas de uma sapateirazinha gosto, e por isso decidi chamar ao "meu velho" sapateira. O "meu velho", é um senhor de alguma idade com quem tenho trabalhado algo directamente. O senhor está em Portugal e é de lá que me vai sarnando a alma, mais ou menos diariamente, com os problemas (a que ele chama constipações) que vão surgindo.
Hoje quando cheguei ao escritório, depois do duro início de semana que tive, reparei num e-mail que esta nobre sapateira enviou ao super-lagosta (e a alguns camarões tigre), e que terminava com uma singela frase elogiosa do meu trabalho. Talvez não merecesse, mas gostei. Gostei mais ainda quando percebi que usou de uma técnica chamada Bcc que não permite que os demais seres mariscosos saberem que sei do elogio. Mas eu sei, e babei-me toda...
Oh, que sapateira mais docinha...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O orelhinhas

Sei que esta posta vai desviar completamente a atenção da minha super lagosta, mas enfim, tinha de ser e é dirigida a um target muito específico: às minhas meninas de Ílhavo.
Há novos desenvolvimentos na novela das jarras, ou bilhas ou como lhe quiserem chamar. Se olherem bem para o céu, vêem uma cegonha, com uma pequena trouxa. Se repararem bem, ainda conseguem ver duas orelhinhas que saiem lá de dentro. Pois é, o nosso orelhinhas está a caminho e quero que todos lhes dêem as boas vindas.



O cliché


Aos papás os meus parabéns.

Nota: tinha uma música extremamente lamechas e extremamente bonita para pôr nesta posta, infelizmente tive problemas de ordem técnica. Se os conseguir resolver ainda adiciono.


Exigência: Há que afinfar-lhe nas garafadas que esta merece. Azeitoninha, vamos a puxar pelas meninas.



Cá está!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Oficialmente na ponta da biqueira

Ai que saudades que eu tinha de andar na ponta da biqueira. Não tinha, mas a verdade é que isto não é mesmo comprar lápis e canetas e hoje andei oficialmente na ponta da biqueira. Dada a posição que ocupo, penso que a minha tarefa é executar. E executo a quilo que aquele a quem reporto me diz para executar. Costuma ser o que acontece numa estrutura hierárquica. Depois as responsabilidades também são pedidas aos maiores, depois vem por aí abaixo até chegar ao tão afamado mexilhão. Cá pelos vistos, começa-se pelo mexilhão e, se a lagosta der por isso, então sim pode ser que ele se safe. Felizmente a minha lagosta estava de olho aberto, bigode em pé e tenazes bem afiadas (não sei se tenazes, nunca dominei as mariscadas, perdoem-me os entendidos). Passados alguns mails desagradáveis sobre a minha pessoa, que mais não fez que cumprir ordens (e bem dadas, na minha mísera opinião) chegou o "super lagosta" dar uso às "super tenazes". Todas as biqueiras por onde andei foram absolutamente exterminadas.
É verdade, super lagosta, superaste o super aspirador!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Grelos

Não são esses, mentes pervertidas! são os verdinhos,fresquinhos que nascem da terra alegremente da terra onde desenvolvem um agrádavel sabor amargo...hum...

Há três dias que não paro de pensar neles e não paro de falar neles. Já pus as minhas romenas a tratar de descobrir onde é que eu posso arranjar isso, já perguntei ao chefe (que é quase como se fosse romeno) se alguma vez os encontrou, mas parece que não existe por estas bandas.
Pensei que fosse ter saudades do bacalhauzinho cozinho, ou "à Gomes Sá", ou mesmo o despachado “à Braz”. Pensei que tivesse saudades do cozido à portuguesa, mas não. As saudades maiores são dos grelinhos. Cozidos, salteados, com bacalhau ou mesmo com um bifinho grelhado, de nabo ou de couve. Tanto fazia. Queria tanto que estivessem mais perto...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Um par de jarras!

Era uma vez uma jarrinha chamada Queuzinha que há muito catrapiscava outra jarra que se pavoneava alegremente pela praia da Costa Nova. Depois de largos e bons anos eis que as duas jarras se juntam em cima da mesma mesa, uma ao lado da outra.
Olhem que bem que ficam.

Pois é priminhos, como o prometido é devido (não de vidro, como dizia o outro primaço, nem de barro como estas jarrinhas) esta posta é para vocês.

Curtam muito essa casinha nova, sejam ainda mais felizes do que já são e fiquem sabendo que estou vermelha de cólera por não poder estar aí!

Beijinhos!

Onde estavas tu, Carolina, quando mais precisava de ti?

Cá vai qualquer coisa sobre a vida na Roménia. Ontem fui patinar. Uma bela pista de skate, cheia de miúdos que dominam aquilo desde que nasceram e eu e a Patrícia. Enfim, custou a apanhar coragem para comprar os bilhetes e, quase que mais valia, que não a tivessemos tido.
Para não dar seca a ninguém vou resumir em tópicos o aglomerado de coisas que se passaram nesta bela tarde:
1. Não havia o 38 (por favor, vi lá pessoas adultas, poucas e provavelmente tinham o seu próprio equipamento, mas eu calço o 38 desde os 12 anos, não acredito que não houvesse)
2. Afinal havia o 39 e o 40, menos mal
3. Esqueci-me das luvas, basicamente as mãos praticamente me cairam enquanto patinava
4. Sapa (aos 3 primeiros minutos)
5. Quase sapa da Patrícia, de tanto rir
6. Patinei (devagarinho)
7. Deslizei - oh yeah
8. Confiança - quase posso olhar em frente
9. Sapa (ui, ainda me doi)
10. Filmes, fraquinhos
11. Frio
12. Muito frio
13. Bora bazar?!
14. Sapa (há alguém que me ajude?!)
15. Bolinho quentinho de chocolate (depois queixo-me...)

Carolina, lembrei-me tanto de ti...onde te meteste tu ontem, quando precisava que voltasses a tentar ensinar-me?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Uma sul coreana (amiga do Jêmê) e uma japonesa (certamente também amiga do Jêmê)

Se calhar não eram amigas do Jêmê mas podiam ser. Entraram pelo escritório dentro, como quem vem tratar de algum assunto de extrema importância. Estavam até com um certo ar de “viemos por causa daquelas facturas que ainda não estão a pagamento mas não sabemos muito bem porquê”. O escritório parou. Todas as mil tarefas urgentes que cada um deles certamente tinha para fazer, perderam completamente a importância perante aqueles dois seres. Com um ar de totós, lá se apresentaram. Eu sou a ching-chung da Coreia do Sul e eu a shlin-pan-sun do Japão. Daí pala a flente foi um debital de infolmação, cujo conteúdo não pelcebi na totalidade. Estou segula de que selia um projecto develas intelessante mas com o qual nao me vi a colabolale.
Surpresa, o projecto era vender postais a 15 lei* cada. O Miguel retomou as chamadas, eu entre risos disse "não mulţumesc", houve quem dissesse que não tinha cheta, como se alguém acreditasse, e houve uma bondosa criatura que lhes pôs, porque se não o fizesse o embaraço seria maior, o guito na mão.
Quem é que raio se lembra de vender postais DEPOIS do Natal e Ano Novo? Será que lhes tenho de explicar o conceito dos ursinhos de peluche, dos porta-chaves e por aí em diante?
Uma maçada!!

Nota: Esta história, de facto, não tem muita graça contada desta forma, provavelmente contada de forma nenhuma, mas asseguro que in loco foi hilariante. P: Se só na altura teve piada por que teimas em contá-la? R: Porque sim, de outra forma ia falar de novo do aspirador.


Nota mais envergonhada: Cheguei a filmar as cachopas mas como o boss estava presente, a minha timidez foi contra a qualidade do filme.


*1Eur=3,608lei (câmbio de hoje)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Muitos o esperavam, ele apareceu!

Enquanto ele se movia, de canto para canto, se avolumava, se escondia quando mais devia estar à vista, um grupo de habitantes do planeta castelum congeminavam um plano maquiavélico para o aniquilar. Tinha de ser algo muito planeado, muito calculado. Vários planos em cima da mesa. O "plano A(de amarelo)1500" chegou até a fracassar. Nada está perdido. O "plano V(devermelho)1400" foi de imediato accionado e o seu extermínio ficou mais perto. Põe-te fino monstro do cotão! O "super aspirador" chegou para pôr um fim aos teus dias!


A imagem usada é fictícia.
Por razões de segurança, os direitos de utilização de imagem do super aspirador não são concedidos.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Liseuse, romeirinha, escalfeta e, a pedido de várias famílias, meias da serra

Nada disto tem a ver com a Roménia e, se esperam peripécias ou notícias de uma lula (ridícula) em Bucareste, não é agora que vão encontrar.
Está bastante frio, e isso faz-me lembrar como sempre vivi o frio no Inverno. Ou seja, com muita intensidade.

Sou uma pirosa. Friorenta e pirosa. Isso faz com que muitos dos hábitos aquiridos na minha vida, sejam uma valente piroseira, chegando até à parolice. Mas pelo menos, é uma parolice quentinha. Ainda hoje sou gozada pela liseuse que usava por cima do meu pijaminha (mais quente do que dos demais).
O que é uma liseuse? Ora, uma liseuse é um peça de roupa interior que se usa por cima do pijama para agasalhar. Nada de mal, pela descrição podia até ser sexy, mas não era. Era uma valente pirosada. Mas quando se é pirosa, há que o ser até ao final. Por isso mesmo, combinava-a com umas belas meias de lã (que podiam não ser da serra, mas que certas pessoas insistem que eram e há que fazer contades), por cima de outras 4, que alternavam entre o algodão e o polyester. Impecável. Era a substituição de pés por autênticos chouriços. Uma maravilha...
Para denegrir por completo a minha imagem, resta pintar o cenário em que algumas vezes (mas poucas) me encontrava. Descobri uma peça de roupa nunca até essa data mencionada entre amigos (era porque ninguém usava, e ainda bem). O seu nome é romeirinha.
A romeirinha está entre o xaile e o poncho. Tem a funcionalidade dos dois mas é mais prático do que o xaile, pode-se apertar não precisando de estar permanentemente a ser ajeitado e confere mais mobilidade do que o poncho. É quentinho e acolhedor…gosto muito. “Ah, só te falta mesmo o crochet”. Nada disso, nunca fui dada ao crochet, dei uns toques no tricot, mas rapidamente percebi que não foi para as actividades terminadas em “t” que fui talhada. O que me faltava era a escalfeta.
A escalfeta, para os mais novos (por mais novos entenda-se sub 80) trata-se de uma estrutura metálica, electricamente aquecida, coberta de ripinhas de madeira, cuja função principal é aquecer os pés de qualquer velhinho ou, caso se entenda, de qualquer parolinha friorenta. Fizeram as delícias destes pés durante algum tempo.

Notas:
- já lá vai algum tempo. Hoje em dia não uso nada destas pirosadas, sou praticamente uma fashion
- Esta posta foi-me encomendada e a isso se deve o disparate do tema.
- Não vale a pena, não vou falar do número de cobertores que usava por debaixo dos 2 edredons (que me recuso a dizer edredão)
- só consegui encontrar imagens da escalfeta e por isso, para a romeirinha e a liseuse não chorarem, decidi não a publicar

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Nariz: uma fonte inesgotável de sorte

Dizem que mais do as cuecas azuis novas no dia 1 de Janeiro, o que dá mesmo, mesmo sorte é um nariz completamente entupido de ranhoca verde. Como tal foi assim que acordei hoje: ranhosa, de olhos pendurados, cabeça pesada (OK, o champagne também deu uma mãozinha) mas cheia de vontade e disposição. É claramente um sinal de sorte e ninguém me convence do contrário (até porque vi o horóscopo da Dra. Maria Helena, ia ter sorte durante todo o 2008, este dia está dentro do ano citado e a a Dra Maria Helena não mente nem se engana).

Posso não ter uma mesa cheia de comida família. Posso não ter uma lareira acesa. Posso até não ter o concerto de ano novo...mas pernas e disposição, isso tenho! Por isso decidi caminhar e olhar. Era só eu e a minha música. Um parque lindo (pelo menos aos meus olhos), cheio de neve e gelo traiçoeiro, um lago, algumas crianças a brincar e meia dúzia de cãezinhos vadios. Belo cenário, fez o meu dia. Venham os próximos!

(nada disto faz muito sentido, que raio tem a ver o parque e a caminhada com o nariz? Hum...aparentemente nada, mas...nunca se sabe, perguntem à Dra Maria Helena!!)