segunda-feira, 8 de setembro de 2008

São tempos que já não voltam!*

Não voltam as idas a casa da Ana no mitranço de net. Não voltam as compras de alguidares. Não voltam os bifinhos com legumes feitos no wok pela Gisela. Não volta a minha cama de 1,65m. Não voltam as viagens de comboio de 5 horas de pé. Não voltam as idas no 301 pro trabalho. Não volta o meu mosulica. Não volta o papel cor de rosa nos vidros do quarto da Patrícia. Não voltam as ursus. Não volta o Spice, nem o Términus, nem a Anocas, nem o Bamboo, nem o Expirat, nem o caru cu bere, nem, nem, nem. Não volta a “experiência da Diana partir a perna na Roménia”. Não voltam as festas de anos do escritório. Não voltam as reclamações porque não há leite. Não voltam os canitos vádios. Não volta tramvaiul. Não voltam as “ferradelas” no subúrbia. Não voltam as conversas deslocadas do Gouveia, nem a digitalização da biblioteca da Patricia. Não volta o “Paaaaa” ao final do dia de trabalho. Não volta o “Natzaaaaaa” quando se entra no escritório. Não volta o “Qui horrôooo” da Irina. Não volta o “euuuu, não quero saber disso” do Miguel por cima dos óculos. Não volta o Daweo Matiz, nem o Dacia Logan. Não volta o troco mal contado nem o ar de desdém perante os “bani”. Não voltam as gajas boas. Não voltam os C12 a invadir os nossos mails com dúvidas. Não voltam os C12 a invadir as nossas casas. Não voltam os jantares dos C11. E não volta o meu Rudi... Mas eu ainda posso voltar;)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Outra vez

Apanhada outra vez sem pagar bilhete. Desta vez com saída à porta da polícia...pffff

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Teve flauta de Pan

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Podia ter tido um fadinho.
Podia ter tido os Xutos.
Podia ter tido um Vira do minho.
Podia ter tido a Romana.
Podia ter tido uma Chula.
Podia ter tido a Maria João Pires.
Podia ter tido os Pauliteiros de Miranda.
Podia ter tido o Quim Barreiros.
Podia ter tido o Zezé Fernandes.
Podia ter tido o bailinho da Madeira.
Podia ter tido os Da Weasel e até podia ter o piqueno Saúl com 1 metro e oitenta.
Mas não...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A pedido de várias famílias

Ok, são poucas é certo, que não há assim tantas famílias a gostar de arroz de lulas, e também as que existem são pequenas, unicelulares e por isso têm menos votos do que famílias compostas mas, ainda assim, elas pediram e não posso ignorar.

Então cá vão as poucas coisas que tenho para contar:

1. Decidi que volto para Portugal. Oh mar salgado, aí estarei em menos de 2 meses (mar salgado e não só: oh sardinhas assadas com salada de pimentos, oh polvo à lagareiro, oh vitela à Lafões, oh entremeada com grelos salteados, oh broa, oh vinho verde, oh superbock, oh feijão frade, oh bacalhau assado na brasa, oh batatas a murro, oh arroz doce, oh tremocinhos, Ahhh, saudade!!!)

2. Estou sem back up de emprego - oh famílias unicelulares, se souberem de alguma empresa extremamente bem pagadeira, cheia de prestígio, com um ambiente de escritório fantástico, bons horários de trabalho e com uma vaga de trabalho impecável para uma lula extremamente profissional, inteligente, boa colega, eficiente e trabalhadora, por favor reencaminhem.

3. Tenho queimado os últimos cartuchos na Roménia. Isso significa que os fins-de-semana (sim, fins-de-semana, não quero saber do acordo ortográfico) são passados entre uma latinha com 4 rodas alugada e uma qualquer terriola deste país.

3.1. Delta do Danúbio - aconselho, mas que seja rapidinho. Viagens de barco, só se não excederem as 3horas e já estamos com sorte. O barco por certo encalhará e terão 5 horas dentro dele e parece-me razoável (é o ponto de vista de quem passou 11h no Danúbio).
Ah, almoços de peixe da região, em pequenas casas de "gente rude do Danúbio" com TV, DVD e espreguiçadeiras no meio das alfaces, são a evitar. Aproveita-se o vinho, o licor de cereja e a torta Dan Cake.
Pensões baratas com muitas piscinas (não, o tamanho não importa) são recomendáveis

3.2. Breaza, os melhores Mititei do país - Breaza é uma terriola ali nas montanhas. Nada a referir, não fosse o vinho caseiro às garrafas de 2 litros, os velhos da Teodora - absolutamente 5* - e os Mititei (pequenas bolas de carne algo semelhantes às almôndegas embora grelhadas. Típicas na Roménia, divinais em Breaza). Houve ainda o Rudi a tentar convencer os velhos que Lisboa é que é a cidade do amor para quem não vai pro engate, mas isso não é relevante, acho até que já estava subentendido na parte do vinho caseiro em garrafas de 2 litros)

3.3. Vama Veche - ainda não fomos, mas vai ser espectacular!!

Agora quero garfadinhas no arroz.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Será que a Lili é romena e ainda não sabe?

A Lili é festa. A Lili é loira. A Lili é imagem. A Lili é estética. A Lili é toda ela tratamentos de beleza. As romenas também. Será que a Lili é romena e ainda não sabe? Ou será que ela sabe e nós é que não sabemos?

Muito se fala das romenas, giras, arranjadas, algo pirosas (isso também não é relevante) mas ainda não se falou da produção. A romena, tal como a Lili é uma produção. O mercado produção da estética é um mercado maduro e bem explorado neste país. Tratamentos de beleza são bem mais comuns e diversificados do que estamos habituados. Há muita procura, é certo, mas a oferta também é poderosa e por isso os custos baixam significativamente e o seu acesso por entre as romenitas é muito, mas muito frequente. Se isso começa na maquilhagem, podem estar certos que acaba mais longe. E a Lili, onde é que fica nesta história?

Ontem, e a conselho de algumas mentes preocupadas com a minha saúde e imagem, consultei um dermatologista. Tenho uma “sarda gigante” no nariz e não estava com vontade de iniciar o Verão sem saber as consequências de a expor demasiado ao sol. Pois em 15 minutos, o ”thenhor doutor” (ethetremamente thopinha de matha) identificou-me o meu problema. Trata-se de uma reacção que algumas gajas, de tez algo pigmentada (e tinha de ser logo a mim), fazem ao sol em determinadas alturas e que…ora bolas, não desaparece e só tende a piorar. Ah, ah! Mas há uma solução. Isso, prescreve aí um creminho, que se tudo correr bem aplico-o diariamente.


Peeling! (peeling = Lili, isto afinal tinha lógica). Desculpa, não ouvi bem, percebi peeling! PEELING?. “I will apply thome athidths on your thkin” . O tanas é que aplicas…
Bom, explicou-me todo o procedimento – ainda pensei em dizer “eu sei como é, a Lili fez”, mas achei que ele ia estranhar que a só sei um caso de peeling, e porque foi mediático, enquanto ele já peelou “milhares” de anónimas por esse país fora.
Pelos vistos, até isto é comum neste país. Como eu só cá estou a dar uma perninha, o peeling fica para quando tiver a idade da Lili.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Adeus 301

Desde que estou em Bucareste a minha história de transportes já levou muita volta. Durante 3 meses andei de metro até ao trabalho. Uma verdadeira maravilha. 50 metros até à estação, apenas 1 minuto dentro daquela lata de sardinhas que é o metro e mais 50 metros até ao escritório. Seria tudo perfeito se não tivesse mudado de escritório.
Daí passei para o 301. 1o minutos a pé, cerca de 50 na lata de sardinhas, sem pagar bilhete. Ainda experimentei tramvaiul. Um dia impecável, segundo dia multa por não pagar bilhete e ao terceiro dia, não conforme as escrituras, lá me cortaram o caminho de ferro. Tudo bem. Tinha saudades do meu 301. Com cheiro a sono pela manhã e a cerveja ao final do dia. Ia e vinha diariamente e quase sempre sem picar bilhete. Chegou a acontecer ser expulsa, após um interrogatório intenso e agressivo sobre a minha residência em Bucareste. Dessa vez tinha picado bilhete, no entanto um bilhete que estava ligeiramente danificado por uma máquina que não picava mas apenas fazia um ligeiro vinco, que era de tal forma ligeiro que se o tivesse apresentado seria expulsa na mesma por nao o ter picado, muito embora a culpa fosse da máquima. Só que a máquina não tem 50lei disponíveis para pagar àqueles senhores. Pois desta vez também não tive. Segui os conselhos das minhas meninas romenas e respondi com calma: "Queres que pague manda para minha casa. Queres a morada?". Foi aí que fui convidada a sair e temi apanhar pancada cá fora. Tudo bem...

Agora chegou a altura de experimentar outra coisa. Trata-se do nosso mosulica. Um velhinho simpático que vai buscar todos os pelintras-sem-carro que trabalham comigo à estação de Aurel Vlaicu. Ainda experimentei ensinar aos meus coleguinhas o "Sr. Condutor, por favor, ponha o pé no acelerador..." Sem sucesso...

A parte boa é que voltei a poder acordar um pouquinho mais tarde e a chegar um pouquinho mais cedo. Ah, e o meu mosulica nunca me pôs fora da sua Van. Isto sim!! Ah luxo!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Viagem a Sibiu

Tínhamos um dacia logan de 7 lugares
Tínhamos o Rudi sem dormir
Tínhamos 4 pessoas disponíveis para passear
Tínhamos seguro
Tínhamos condutora
Tínhamos a Mafalda Veiga à falta do “vorbe” na Magic FM
Tínhamos alguém que quando fuma fuma
Tínhamos um “olha tão giro, tirem fotos”
Tínhamos uma prisão em Pitesti (onde se faziam coisas muito “feias” como banhinhos de xixi) para não visitar
Tínhamos um Centro Comercial do melhor que pode haver

Tínhamos uma cidade fabulosa à nossa espera
Tínhamos a prometida comemoração dos 4 meses fora
Tínhamos uma mica-mare-cama-bina, fuorte bina
Tínhamos alguém que não ressona a roncar a noite toda
Tínhamos o village museum mais bonito de sempre à nossa disposição
Tínhamos um înainte de costas Tínhamos o ken lee
Tínhamos uma viagem em 3 abrir e fechar de olhos
O que é que nos faltava para ter um fim-de-semana simplesmente fabuloso? Faltava-nos o 5º elemento, mas ainda assim foi MUITO BOM!


Mais prendinhas

Cá vai um post atrasadíssimo que é mais do Bart que meu. O Bart foi a Veneza e constatou que aquilo é praticamente tudo meu.





Grazie!

domingo, 9 de março de 2008

Lobos, parques e histórias por contar

Tivemos um agradável fim de semana. Houve lobos, houve passeios por parques cheios de velhinhos, crianças, patins e histórias infantis contadas de forma atabalhoada. Houve leves pezinhos de dança, houve noite de mulher com romenitas e ainda houve La Traviata sem o último acto.
Gostei muito.







Baba Dochia

Baba Dochia (Velha Dochia) protagoniza uma bela lenda romena. Depois de muito perguntar e investigar não consegui reunir consenso e por isso vou contá-la como me apetece e com todas as incongruências a que tenho direito.

A Baba Dochia tinha um filho, o Dragoqualquercoisaquetambémninguémconseguedefinir e uma nora. Como não gostava dela, e estava doente, mandou-a para a floresta apanhar morangos em Fevereiro, sob pretexto de só eles a conseguirem curar. A nora lá foi e, estranhamente e com ajuda de alguma entidade divina, lá achou os morangos de inverno.

A sua vitória deixou a "baba" com inveja de tal ordem que também ela foi para a floresta. Como fazia inverno levou casacos de pele (não, não eram fashion eram daqueles que os pastores usam para ficar agasalhadinhos) uns por cima dos outros. Seriam muitos: 8, 9, 12, não sei. O que é certo é que com a chegada de Março os dias iam ficando ora quentes, ora frios, ora chuvosos e a baba ia libertando os casacos e nunca ficava confortável com as temperaturas (tem-me acontecido também).

Na roménia é costume ter-se uma "baba". Trata-se do dia escolhido por de entre os 8, 9 ou 12 primeiros dias de Março. Se nesse dia fizer bom tempo, então assim será o resto do ano...de contrário...

Dia 8 esteve um dia LINDO!!

Nota: Ana, há muitas coisas que não me convencem nesta história mas ainda assim não aceito correcções:D

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Mimada

Já tinha falado que este romenos oferecem e recebem muitos presentes. Várias celebrações...o dia dos anos, o dia do santo com o nome, o dia do Moş Nicolae. Descobri mais dois. O dia das flores, quando a pessoa tem nome de flor (bem podia ser rosa, aguentava a vergonha pelas prendas que receberia) e o 1º dia de Março.

Não sei o que se passa quando se põe o pezinho na Roménia, mas o que é certo é que esta malta dá mesmo presentes a torto e a direito. Não tem havido dia que não receba presentes. O meu chefe deu-me um belo caderno e uma caneta, o Moş Rosegur ofereceu-me tomatinhos do quintal dele (a meias com o Rudi, claro). O Rudi, nesta onda de presentear ofereceu-me dois livros infantis, e o Moş Rosegur voltou a oferecer um potezinho de uns vegetais estranhos em conserva que temos no frigorífico.
Hoje foi a vez do Sorin ofereceu-me uma bonequinha - Marţişor - porque amanhã é o dia 1º de Março. A tradição é que os homens ofereçam este presente às mulheres (toma lá morangos, não pagamos a disco a 6ªF e ainda recebemos mais esta). Começo a habituar-me a tanto mimo. Gosto bastante, devo confessar. Fico à espera da próxima...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Branquinho e lindinho

Trata-se de um final feliz para uma história um pouco conturbada. (e não, não arranjei nenhum romenito)
Ao fim de 4 vezes me sentar na cadeira de Dora, tenho o meu dentinho arranjado, livre de dores e sofrimento. Ele está feliz e eu também.

A história é conturbada porque, basicamente a minha relação com Dora não foi das melhores. Cheguei a Dora "a impaciente" através de Razvan "o Pavão". Isto só por si não me parece grande início de relação (um dia faço uma posta sobre ele). Um check up, uma plingrafia ao molar, mais uma sofrida ida de uma hora e meia ao seu “gabinete” com direito a 4 anestesias, um antibiótico, mais uma vez na cadeira, mais uma plingrafia e da 4ª vez que me sentei, com a promessa de que lá não me sento de novo, consegui ver tudo resolvido. Um dente bonito e quatro novas rugas de preocupação na minha testa.


A verdade é que Dora ainda não percebeu que ser dentista não é a mesma coisa do que ser bancária ou funcionária dos correios. Ela acha que doa o que doer, por mais desconfortável que seja, tem de ser exactamente assim para que veja a sua tarefa devidamente cumprida e EU é que tenho de ter paciência. Foram muitas as vezes em que dei com ela, com aquele ar indeciso a olhar para as brocas a ver qual escolheria e conseguia ler-lhe nos olhos um “deixa cá ver até onde é que esta miúda aguenta”. Escolheu sempre uma desconfortável, disso posso dar certezas. Capacete de intervenção e olhar ameaçador...la começava a tortura...
A parafernália de material de que Dora dispõe põe Horácio do CSI a um canto. Desde o pequeno Black&Decker, às mil agulhinhas que se foram espetadas no meu dentinho, dos algodões com líquidos de cores estranhas aos cotonetes ou as plaquinhas de cores tive de trincar, até um secador de cabelo que esteve enfiado na minha boquinha. Houve mesmo de tudo… Mas de todos estes instrumentos o que mais me incomodou foi o aspirador (e não, não tenho qualquer tipo de obsessão por aspiradores), mas a verdade é que daquele não gostei. E também não gostei do facto de ela lhe dar pouca atenção. Ou me aspirava a própria da gengiva ate fazer vácuo ou chegava a aspirar-me o almoço do Domingo anterior. Um sofrimento.


Houve impaciências, houve más caras, houve raiva, dor e sofrimento mas já está. É branco e não de ouro como temi.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Época de traduções

Eu traduzo
Tu traduzes
Ele/Ela traduz
Nós traduzimos
Vós traduzis
Eles traduzem

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

And the winner is...

Ui, a tensão é muita. Recebo chamadas, atrás de chamadas, sms's até não ter caixa disponível, recados, e-mails e até alguns faxes. Todos perguntam o mesmo. "Então? Esse orelhinhas, afinal como se vai chamar. Aquela votação no blog não me convence, andas a receber votos por fora, de certeza, só pode, uma sondagem tão importante, com tão poucos votos, aí há gato!"

Não há gato, gatos aqui, só o orelhinhas daqui a uns anos. Não há mistério, já se adivinhava. O Orelhinhas vai ser Álvaro. Fechem-se as bocas! Foi uma boa escolha:


Álvaro: Significa o que defende de todos e indica uma pessoa de iniciativa, que está sempre em busca de novas oportunidades. Mas não faz nada sem antes avaliar atentamente todas as hipóteses de progresso e todos os riscos de fracasso.


Hein, com o papa e tudo!!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Os guardanapos são primos do monstro do cotão

O monstro do cotão não está sozinho, tem família com ele. Uma família bem disfarçada, mas há características que ainda não conseguiram ocultar esse laço. Agora foram desmarcarados. Foi uma operação difícil, mas em que tudo terminou bem.

Procurámo-los numa prateleira e não estavam lá. Depois na outra e népias. Depois de vasculhar todas as prateleiras da despensa, nem vestígios de guardanapos. Moviam-se de prateleira em prateleira sem que ninguém desse por eles. Mas, mesmo pertencentes a essa família de lutadores, treinados para actuar a qualquer hora do dia e da noite, não conseguiram resistir a tanto cansaço. Muitas foram as diligências.

Por fim, conseguimos manter nossas bocas asseadas a cada refeição.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Fim de semana na neve

Este é um post de viagem. Vai sair, portanto, um relato!! Desculpem, quem quiser que desista.


Poiana-Braşov
Eram 8 da manhã e, depois de poucas (muito poucas) horas de sono, lá estava eu de banho tomado, vestida, mala feita e cheia de força (se calhar nem tanto). Depois de ainda esperar por alguns atrasados, e de parar para o belo cafezinho, lá fomos nós de caminho a Poiana-Braşov. Dois carros, 8 mafarricos, equipados de roupa quente e impermeável.
4 horas depois, depois de muito trânsito e de muitos CD’s ouvidos, lá chegámos à estância de sky. Uma autêntica feira. Carros por todo lado, polícia a deixar passar só as viaturas que entende, uma beleza.
Com as botas calçadas, sem nos podermos mexer, eis que iniciámos o nosso treino de sky. Prof já tínhamos, embora me tenha fartado rapidamente. Um dia, dois dias, mais confiança, mais tralhos, mais cautela, mais controlo, a coisa foi-se compondo.
Apenas os gémeos e os glúteos ainda bradam aos céus, o ódio que sentem pelo branco de Poiana.

Moeciu

Moeciu de Sus foi a aldeia onde nos recolhemos à noite. Onde dormimos por cerca de 10 horas, onde picámos umas belas carnes fumadas (ui, temos de descobrir onde se arranjam as carnes fumadas), onde ouvimos uns cerca de 15 romenitos, em jeito de grupo de jovens, a cantar canções romenas, de guitarra em punho e vinho branco em frente. Um óptimo ambiente, acompanhado de uma ursus, que só não foi mais longo, porque os olhos pesavam.

Mais tarde ou mais cedo vou repetir...mais cedo...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Escritório novo, vida nova

Já estou no novo escritório. Terei menos 3 horas por dia para mim, passadas no trânsito. Ainda assim vou encarar esta mudança pelo lado positivo. Senão vejamos:
- vou deixar de tratar das mudanças dos escritórios
- tenho uma mesa só para mim, maior do que a que tinha na Victoriei para dividir por 2 = espalhar tralha à vontadinha. Uhuh!!
- vou ter um telefone só para mim, e não precisarei de atender as chamadas da Irina quando o dela está em cima da minha mesa
- vou ler mais enquanto estiver no autocarro
- vou ouvir mais romeno do que o que ouvia até à data (uma estação de metro não é suficiente para perceber conversas) e talvez até arriscar meter-me na conversa.

Para além disso comprei um caderno. Sinto-me bastante mais orientada…

domingo, 27 de janeiro de 2008

Buca ao domingo

Finalmente consegui fazer render o meu Domingo em Bucareste. Gostei muito!
Acordei cedo (relativamente) e resolvi arrancar para a rua. Se os romenos não almoçam, posso também não almoçar.

Bisericas

A primeira que visitei foi a Patriarcal. Se para mim foi quase que só visitar, tenho de reconhecer que para os romenos ortodoxos é bem mais do que isso. Entram, velhos e novos, benzem-se (3 vezes de cada vez e num gesto diferente do que estou habituada a ver), beijocam todas as representações de santos lá existentes, alguns sentam-se a ler, outros, calculo a rezar. Gostei muito! (acho que ando a dizer esta frase demasiadas vezes). Acho que cada Bisérica é mais um espaço de recolhimento do que são as igrejas católicas para nós.




Depois desta, grandiosa, ainda visitei outra e visitaria mais se as demais que me apareceram no caminho não estivessem inchise.
A reter:
- frescos
- altares sumptuosos
- leitura (existem até mesinhas com candeeiros)
- beijinhos nos santos
- aspirador (sabia que aos domingos o "santo" não deixava fazer tarefas domésticas, só agora percebi porquê: há que as fazer nas bisericas)

Tramvai e um vai a pé

Segui-se um girinho num tramvai, sem pagar bilhete. Um tramvai qualquer, o que interessa é ver pessoas. Ver as casas antigas no meio dos prédios horriveis a cheirar a bairro social. Os tupperwares dos pobres que não têm frigorífico nas janelas (é, pelo menos, inteligente). O lixo nas ruas. Bucareste no seu melhor.

Depois, de volta à zona "chique" da cidade (e este chique carece mesmo das aspas), uma voltinha a pé pelo canal, até à opera. Também gostei...

Fotos

Ah, esperava-se fotos agora. Pois sim...nada disso. O que se seguiu foi uma bela exposição de fotos. Muitas do regime, muitas no pós regime, e como levava uma pseudo-tradutora das legendas das fotos, ainda consegui aprender alguma coisa sobre esta terra. Claro está...gostei muito! Gostaria ainda mais se a tivesse visto até ao final, mas compromissos são compromissos...


Carrefour (sim, eu traio a Auchan desde que cheguei a Bucareste)
Parece-me que também o romeno gosta do supermercado ao fim de semana. Eu, embora não tenha nenhuma predilecção, também tive de ir. Estava marcado para as 17h, e às 17h20 lá estava. À porta do Carrefour a preparar as 4 horas seguintes lá dentro...

Finalmente em casa, cozinha cheia de sacos, começa a saga de por as compras nos respectivos lugares. Respectivos é como quem diz, o congelador foi pequeno para tudo que se tem de congelar, o frigorifico é pequeno para as coisas que precisam de frio e para as coisas que precisam de gelo, e tenho umas costeletas de porco aos pés da cama (mentira, mas podia ter).

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Sapateira doce

Prometo que acabo aqui com as referências de carácter"mariscoso", mas esta tem mesmo de ser. Nada entendo de marisco, mas de uma sapateirazinha gosto, e por isso decidi chamar ao "meu velho" sapateira. O "meu velho", é um senhor de alguma idade com quem tenho trabalhado algo directamente. O senhor está em Portugal e é de lá que me vai sarnando a alma, mais ou menos diariamente, com os problemas (a que ele chama constipações) que vão surgindo.
Hoje quando cheguei ao escritório, depois do duro início de semana que tive, reparei num e-mail que esta nobre sapateira enviou ao super-lagosta (e a alguns camarões tigre), e que terminava com uma singela frase elogiosa do meu trabalho. Talvez não merecesse, mas gostei. Gostei mais ainda quando percebi que usou de uma técnica chamada Bcc que não permite que os demais seres mariscosos saberem que sei do elogio. Mas eu sei, e babei-me toda...
Oh, que sapateira mais docinha...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O orelhinhas

Sei que esta posta vai desviar completamente a atenção da minha super lagosta, mas enfim, tinha de ser e é dirigida a um target muito específico: às minhas meninas de Ílhavo.
Há novos desenvolvimentos na novela das jarras, ou bilhas ou como lhe quiserem chamar. Se olherem bem para o céu, vêem uma cegonha, com uma pequena trouxa. Se repararem bem, ainda conseguem ver duas orelhinhas que saiem lá de dentro. Pois é, o nosso orelhinhas está a caminho e quero que todos lhes dêem as boas vindas.



O cliché


Aos papás os meus parabéns.

Nota: tinha uma música extremamente lamechas e extremamente bonita para pôr nesta posta, infelizmente tive problemas de ordem técnica. Se os conseguir resolver ainda adiciono.


Exigência: Há que afinfar-lhe nas garafadas que esta merece. Azeitoninha, vamos a puxar pelas meninas.



Cá está!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Oficialmente na ponta da biqueira

Ai que saudades que eu tinha de andar na ponta da biqueira. Não tinha, mas a verdade é que isto não é mesmo comprar lápis e canetas e hoje andei oficialmente na ponta da biqueira. Dada a posição que ocupo, penso que a minha tarefa é executar. E executo a quilo que aquele a quem reporto me diz para executar. Costuma ser o que acontece numa estrutura hierárquica. Depois as responsabilidades também são pedidas aos maiores, depois vem por aí abaixo até chegar ao tão afamado mexilhão. Cá pelos vistos, começa-se pelo mexilhão e, se a lagosta der por isso, então sim pode ser que ele se safe. Felizmente a minha lagosta estava de olho aberto, bigode em pé e tenazes bem afiadas (não sei se tenazes, nunca dominei as mariscadas, perdoem-me os entendidos). Passados alguns mails desagradáveis sobre a minha pessoa, que mais não fez que cumprir ordens (e bem dadas, na minha mísera opinião) chegou o "super lagosta" dar uso às "super tenazes". Todas as biqueiras por onde andei foram absolutamente exterminadas.
É verdade, super lagosta, superaste o super aspirador!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Grelos

Não são esses, mentes pervertidas! são os verdinhos,fresquinhos que nascem da terra alegremente da terra onde desenvolvem um agrádavel sabor amargo...hum...

Há três dias que não paro de pensar neles e não paro de falar neles. Já pus as minhas romenas a tratar de descobrir onde é que eu posso arranjar isso, já perguntei ao chefe (que é quase como se fosse romeno) se alguma vez os encontrou, mas parece que não existe por estas bandas.
Pensei que fosse ter saudades do bacalhauzinho cozinho, ou "à Gomes Sá", ou mesmo o despachado “à Braz”. Pensei que tivesse saudades do cozido à portuguesa, mas não. As saudades maiores são dos grelinhos. Cozidos, salteados, com bacalhau ou mesmo com um bifinho grelhado, de nabo ou de couve. Tanto fazia. Queria tanto que estivessem mais perto...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Um par de jarras!

Era uma vez uma jarrinha chamada Queuzinha que há muito catrapiscava outra jarra que se pavoneava alegremente pela praia da Costa Nova. Depois de largos e bons anos eis que as duas jarras se juntam em cima da mesma mesa, uma ao lado da outra.
Olhem que bem que ficam.

Pois é priminhos, como o prometido é devido (não de vidro, como dizia o outro primaço, nem de barro como estas jarrinhas) esta posta é para vocês.

Curtam muito essa casinha nova, sejam ainda mais felizes do que já são e fiquem sabendo que estou vermelha de cólera por não poder estar aí!

Beijinhos!

Onde estavas tu, Carolina, quando mais precisava de ti?

Cá vai qualquer coisa sobre a vida na Roménia. Ontem fui patinar. Uma bela pista de skate, cheia de miúdos que dominam aquilo desde que nasceram e eu e a Patrícia. Enfim, custou a apanhar coragem para comprar os bilhetes e, quase que mais valia, que não a tivessemos tido.
Para não dar seca a ninguém vou resumir em tópicos o aglomerado de coisas que se passaram nesta bela tarde:
1. Não havia o 38 (por favor, vi lá pessoas adultas, poucas e provavelmente tinham o seu próprio equipamento, mas eu calço o 38 desde os 12 anos, não acredito que não houvesse)
2. Afinal havia o 39 e o 40, menos mal
3. Esqueci-me das luvas, basicamente as mãos praticamente me cairam enquanto patinava
4. Sapa (aos 3 primeiros minutos)
5. Quase sapa da Patrícia, de tanto rir
6. Patinei (devagarinho)
7. Deslizei - oh yeah
8. Confiança - quase posso olhar em frente
9. Sapa (ui, ainda me doi)
10. Filmes, fraquinhos
11. Frio
12. Muito frio
13. Bora bazar?!
14. Sapa (há alguém que me ajude?!)
15. Bolinho quentinho de chocolate (depois queixo-me...)

Carolina, lembrei-me tanto de ti...onde te meteste tu ontem, quando precisava que voltasses a tentar ensinar-me?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Uma sul coreana (amiga do Jêmê) e uma japonesa (certamente também amiga do Jêmê)

Se calhar não eram amigas do Jêmê mas podiam ser. Entraram pelo escritório dentro, como quem vem tratar de algum assunto de extrema importância. Estavam até com um certo ar de “viemos por causa daquelas facturas que ainda não estão a pagamento mas não sabemos muito bem porquê”. O escritório parou. Todas as mil tarefas urgentes que cada um deles certamente tinha para fazer, perderam completamente a importância perante aqueles dois seres. Com um ar de totós, lá se apresentaram. Eu sou a ching-chung da Coreia do Sul e eu a shlin-pan-sun do Japão. Daí pala a flente foi um debital de infolmação, cujo conteúdo não pelcebi na totalidade. Estou segula de que selia um projecto develas intelessante mas com o qual nao me vi a colabolale.
Surpresa, o projecto era vender postais a 15 lei* cada. O Miguel retomou as chamadas, eu entre risos disse "não mulţumesc", houve quem dissesse que não tinha cheta, como se alguém acreditasse, e houve uma bondosa criatura que lhes pôs, porque se não o fizesse o embaraço seria maior, o guito na mão.
Quem é que raio se lembra de vender postais DEPOIS do Natal e Ano Novo? Será que lhes tenho de explicar o conceito dos ursinhos de peluche, dos porta-chaves e por aí em diante?
Uma maçada!!

Nota: Esta história, de facto, não tem muita graça contada desta forma, provavelmente contada de forma nenhuma, mas asseguro que in loco foi hilariante. P: Se só na altura teve piada por que teimas em contá-la? R: Porque sim, de outra forma ia falar de novo do aspirador.


Nota mais envergonhada: Cheguei a filmar as cachopas mas como o boss estava presente, a minha timidez foi contra a qualidade do filme.


*1Eur=3,608lei (câmbio de hoje)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Muitos o esperavam, ele apareceu!

Enquanto ele se movia, de canto para canto, se avolumava, se escondia quando mais devia estar à vista, um grupo de habitantes do planeta castelum congeminavam um plano maquiavélico para o aniquilar. Tinha de ser algo muito planeado, muito calculado. Vários planos em cima da mesa. O "plano A(de amarelo)1500" chegou até a fracassar. Nada está perdido. O "plano V(devermelho)1400" foi de imediato accionado e o seu extermínio ficou mais perto. Põe-te fino monstro do cotão! O "super aspirador" chegou para pôr um fim aos teus dias!


A imagem usada é fictícia.
Por razões de segurança, os direitos de utilização de imagem do super aspirador não são concedidos.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Liseuse, romeirinha, escalfeta e, a pedido de várias famílias, meias da serra

Nada disto tem a ver com a Roménia e, se esperam peripécias ou notícias de uma lula (ridícula) em Bucareste, não é agora que vão encontrar.
Está bastante frio, e isso faz-me lembrar como sempre vivi o frio no Inverno. Ou seja, com muita intensidade.

Sou uma pirosa. Friorenta e pirosa. Isso faz com que muitos dos hábitos aquiridos na minha vida, sejam uma valente piroseira, chegando até à parolice. Mas pelo menos, é uma parolice quentinha. Ainda hoje sou gozada pela liseuse que usava por cima do meu pijaminha (mais quente do que dos demais).
O que é uma liseuse? Ora, uma liseuse é um peça de roupa interior que se usa por cima do pijama para agasalhar. Nada de mal, pela descrição podia até ser sexy, mas não era. Era uma valente pirosada. Mas quando se é pirosa, há que o ser até ao final. Por isso mesmo, combinava-a com umas belas meias de lã (que podiam não ser da serra, mas que certas pessoas insistem que eram e há que fazer contades), por cima de outras 4, que alternavam entre o algodão e o polyester. Impecável. Era a substituição de pés por autênticos chouriços. Uma maravilha...
Para denegrir por completo a minha imagem, resta pintar o cenário em que algumas vezes (mas poucas) me encontrava. Descobri uma peça de roupa nunca até essa data mencionada entre amigos (era porque ninguém usava, e ainda bem). O seu nome é romeirinha.
A romeirinha está entre o xaile e o poncho. Tem a funcionalidade dos dois mas é mais prático do que o xaile, pode-se apertar não precisando de estar permanentemente a ser ajeitado e confere mais mobilidade do que o poncho. É quentinho e acolhedor…gosto muito. “Ah, só te falta mesmo o crochet”. Nada disso, nunca fui dada ao crochet, dei uns toques no tricot, mas rapidamente percebi que não foi para as actividades terminadas em “t” que fui talhada. O que me faltava era a escalfeta.
A escalfeta, para os mais novos (por mais novos entenda-se sub 80) trata-se de uma estrutura metálica, electricamente aquecida, coberta de ripinhas de madeira, cuja função principal é aquecer os pés de qualquer velhinho ou, caso se entenda, de qualquer parolinha friorenta. Fizeram as delícias destes pés durante algum tempo.

Notas:
- já lá vai algum tempo. Hoje em dia não uso nada destas pirosadas, sou praticamente uma fashion
- Esta posta foi-me encomendada e a isso se deve o disparate do tema.
- Não vale a pena, não vou falar do número de cobertores que usava por debaixo dos 2 edredons (que me recuso a dizer edredão)
- só consegui encontrar imagens da escalfeta e por isso, para a romeirinha e a liseuse não chorarem, decidi não a publicar

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Nariz: uma fonte inesgotável de sorte

Dizem que mais do as cuecas azuis novas no dia 1 de Janeiro, o que dá mesmo, mesmo sorte é um nariz completamente entupido de ranhoca verde. Como tal foi assim que acordei hoje: ranhosa, de olhos pendurados, cabeça pesada (OK, o champagne também deu uma mãozinha) mas cheia de vontade e disposição. É claramente um sinal de sorte e ninguém me convence do contrário (até porque vi o horóscopo da Dra. Maria Helena, ia ter sorte durante todo o 2008, este dia está dentro do ano citado e a a Dra Maria Helena não mente nem se engana).

Posso não ter uma mesa cheia de comida família. Posso não ter uma lareira acesa. Posso até não ter o concerto de ano novo...mas pernas e disposição, isso tenho! Por isso decidi caminhar e olhar. Era só eu e a minha música. Um parque lindo (pelo menos aos meus olhos), cheio de neve e gelo traiçoeiro, um lago, algumas crianças a brincar e meia dúzia de cãezinhos vadios. Belo cenário, fez o meu dia. Venham os próximos!

(nada disto faz muito sentido, que raio tem a ver o parque e a caminhada com o nariz? Hum...aparentemente nada, mas...nunca se sabe, perguntem à Dra Maria Helena!!)