terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dia longo

Madrid, 14h25
Ligo para a Irina – a menina que ficou de me ir buscar ao aeroporto – “este serviço não lhe está disponível”. Depois de descobrir que o valor pago para todos os países da EU, independentemente da operadora móvel que usamos é igual, eis chegada a hora da 2ª novidade: “o roaming só lhe permite fazer chamadas para o país em que está ou para o país de origem.” Está certo! Cabines, népia: não sei se não funcionam ou se sou eu que não sei funcionar com elas. “Trrim” (“trrim” não é bem o toque do meu telemóvel, mas para o efeito também serve). Medo! O chefe! “Ah e tal a Irina está doente, não a pode ir buscar e não gostou do apartamento reservado para si”. Medo (a duplicar). Depois de alguma conversa ficou decidido que ele ia mandar um taxista buscar-me (deve ser moda na Roménia ter taxistas de confiança) e logo se vê o que acho do apartamento. Dúvida: partilho ou não com a minha família? Não! Já chega de stress. Agora stresso sozinha.

“Trrim” outra vez… “Madalina” (o contacto nº 2) “I have some contacts for you”. Merda, não tenho caneta (tenho pc ligado, mas quem se lembra disso com ele à fente?!). 5 minutos para comprar um lápis. Ah, ah! Trolhas atrás de mim! Será que têm um lápis? “deixa ca ver essas orelhas”. Será que os trolhas espanhóis também usam os lápis nas orelhas? Ah ah, não usam nas orelhas mas tem um disponível para emprestar à meninas de ar atrapalhado! Agora estou eu, de lápis na mão, caderno aberto à espera do telefonema da Madalina (já que o meu roaming espectacular me dá a abébia de receber chamadas de um outro país que não Espanha ou Portugal…

Cá está! O contacto do taxista, o Dorin! O contacto do Catalin, o senhor do apartamento rasca e o da própria Madalina, que estava com uma voz algo apreensiva. Afinal…não stresso sozinha!

Que divertido, isto de estar completamente enrascada…


Madrid, 17h40
Nada de novo. Vou ficar enrascada até chegar a Bucareste. Estou apenas mais cansada e menos criativa no que toca a inventar coisas para fazer…enfim, já falta pouco para pelo menos saber a porta de embarque.
Dá-me a sensação de que, à excepção da malta que cá trabalha, sou aquela que está aqui há mais tempo…


Bucareste, noite, bem noite
Dorin, o taxista, foi-me buscar e levar à dita espelunca. Uma noite na espelunca.

Bucareste, manhã do dia seguinte
Escritório, Madalina, malas guardadinhas com ela. Estou cansada de malas. Vou sair.

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